segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Sumários das aulas da semana de 26 a 30 de Janeiro

Leitura da poesia de Walt Whitman: linhas de contacto com Pessoa.
Continuação da leitura dos Exercícios de Estilo de R Queneau.
Conclusão do estudo da poesia de F Pessoa ortónimo: o interseccionismo.
Experiências de leitura da poesia de Alberto Caeiro, análise estilística e de conteúdos.
Características desta poesia.
As três fases de Álvaro de Campos. Leitura do "Opiário" e de excerto da "Ode Triunfal".

domingo, 25 de janeiro de 2009

Relatório da aula de Português do dia 22 de Janeiro

Após a entrada dos alunos na sala, e de todos estarem sentados, demos início à aula com a leitura do relatório da aula passada pelo Fábio. Após isto, conversámos um pouco sobre as visitas de estudo à Lisboa Pessoana no âmbito do módulo da obra de Fernando Pessoa, e sobre os problemas e alternativas a encontrar para a ida ao teatro, agora, já no módulo de Sttau Monteiro.
Desta vez, a professora trouxe, para ouvirmos, dois poemas (6º e 7º) de um poeta americano contemporanêo de Pessoa, Walt Whitman. Estes destacam-se pela semelhança estilística, ritmica e temática com o heterónimo Álvaro de Campos.
Ouvimos também mais um texto da obra Exercícios de Estilo, desta vez “Contra-capa” de forma resumida; “Onomatopeia” com alguns apontamentos de transcrição sonora; e por fim “Análise Lógica” escrito de forma breve e por tópicos.
Regressámos à poesia de Pessoa, na página 164, que já tinhamos tratado na aula passada, e que agora analisámos a nível das estrofes e da sua construção; Prosseguimos com novos poemas, nas páginas 165 e 166, poemas sobre reflexões pessoais e sonhos do poeta, contendo estes no espectro de Pessoa, a passagem e a resposta para tudo.
Na página 168 “Nostalgia da Infância” remete-nos para a meninice de Fernando Pessoa, onde este nos sugere detalhes de memórias desta época da sua vida, com associações inesperadas, típicas de Pessoa e também com um interseccionismo de mundos de naturezas diferentes.
Continuámos com “Chuva Oblíqua”a propósito do qual foram referidos pequenos apontamentos sobre as musicalidades da arte da fuga, sendo também este tema da música ligado à infância de Pessoa, e o barroco na música será tratado mais tarde, quando estudarmos o Memorial do Convento.
Quase no fim, lemos em conjunto a orientação de leitura deste poema e a síntese das características do poeta (academicamente).
Terminámos com a leitura colectiva e ininterrupta de um poema do heterónimo Alberto Caeiro.

Francisco Torres - Nº8 – 12ºA

Relatório

A aula do dia 8 de Janeiro de 2009 começou, como é hábito, com a leitura do relatório da aula anterior escrito pelo Tiago Moura. Depois a professora falou-nos um pouco das caractrísticas de Ricardo Reis, da filosofia epicurista temperada de estoicismo e associou a expressão ‘carpe diem’ a essa filosofia, pois a sua mensagem é para aproveitar bem todos os momentos que o dia oferece. Aconselhou-nos ainda a ir ao Youtube ver Maria Bethânia declamar O poema do Menino Jesus de Fernando Pessoa
Mais tarde falámos sobre o trabalho de grupo e a professora esclareceu certas dúvidas que alguns alunos mostaram ter e acrescentou que já afixou mais detalhes sobre o trabalho, no blog.
Depois seguiu-se a leitura habitual em todas as aulas. A professora comunicou-nos que nesta aula iría ler três das muitas versões da história que existe no livro Exercícios de Estilo de Raymond Queneau, pois o livro conta sempre a mesma história mas em versões diferentes. A primeira desta aula, chamava-se "Prognósticos" e contava toda acção no futuro, como se ainda não tivesse acontecido. A segunda era o "Arco-Íris" onde em toda a designação da historia eram usadas cores para narrar. A terceira e última tinha por nome "Hesitações", pois o narrador não tinha certeza de nada do que contava e como o nome indica hesitava muitas vezes.
De seguida passámos à audição de poemas de dois CDs que a professora levou para a aula. Do primeiro CD ouvimos o "Manifesto anti-Dantas" de Almada Negreiros onde este faz uma crìtica a todos os artistas de que ele não gostava por usarem estéticas antigas mas descarregando toda a fúria em Júlio Dantas. Foi-nos dito ainda que Almada, assim como Álvaro de Campos eram futuristas com grandes exclamações e com o desejo de morte do passado. Em continuação, a professora disse-nos que iríamos ouvir outros poemas para percebermos as diferentes personalidades poéticas de Pessoa.
De Fernando Pessoa, Ortónimo, ouvimos "Ulisses" da página 129 do manual, o "Quinto império" (pág. 136), "Não sei quantas almas tenho" (pág.154), "Ela canta, pobre ceifeira" (pág. 158), "Sonho. Não sei quem sou neste momento" (pág.160) "Contemplo o que não vejo" (pág.166) e ainda "Pobre Velha música" (pág.168). Estes dois primeiros pertecem à obra que estudámos anteriormente, A Mensagem.
Posteriormente, ouvimos "Eu nunca guardei rebanhos" (pág. 174) de Alberto Caeiro e foi referido que este era considerado por todos os outros heterónimos e até mesmo pelo próprio Fernando Pessoa como o mestre. De Álvaro de Campo ouvimos "Ode Triunfal" ( pág.183), "Dactiolografia" (pág. 186) "Aniversário" (pág.189) e "Não: não quero nada" (pág.192).
Depois foi a vez da Nadine ler a "Ode triunfal" de Álvaro de Campos.
Para finalizar, ouvimos dois poemas de Ricardo Reis: "Tão cedo passa tudo quanto passa" (pág.197) e "Quero dos Deuses só que me não lembrem" (pág.197).
A aula foi dada por terminada após a audição destes dois poemas.

VASCO, 12º A

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Walt Whitman


Celebro-me e canto-me,

E aquilo que assumo tu deves assumir,

Pois cada átomo que a mim pertence a ti pertence também.



Vagueio e convido a minha alma,

À vontade vagueio e inclino-me a observar a erva do Verão.

A minha língua, cada átomo do meu sangue, composto deste solo, deste ar,

Aqui nascido de pais aqui nascidos de outros pais aqui nascidos, e dos seus

Pais também,

Eu, aos trinta e sete anos, de perfeita saúde começo,

Esperando que só a morte me faça parar.



Suspensos os credos e as escolas,

Retiro-me por certo tempo, deles saturado mas não esquecido,

Sou o porto do bem e do mal, e seja como for falo,

Natureza sem obstáculos com a sua energia original.




Excerto de Canto de mim mesmo

Nascido em Long Island, em 1819, uma das vozes mais originais e lúcidas da poesia universal.

Poeta, jornalista, tipógrafo e editor, deixou a sua poesia publicada em «Leaves of grass»

A sua linguagem é coloquial, o estilo corta com a tradição, o sentido de liberdade faz a diferença deste poeta.

O grande poeta da América, defendendo com os seus versos, a liberdade.
Fernando pessoa tinha por ele uma profunda admiração e dedicou-lhe a «Saudação a Walt Whitman».

SUMÁRIOS DA SEMANA DE 19 a 23 de JANEIRO

A poesia de Walt Whitman, poeta admirado por Fernando Pessoa. Continuação da leitura de EXERCÍCIOS DE ESTILO ("Contracapa", "Onomatopeias" e "Análise Lógica"). Conclusão do estudo da poesia de Fernando Pessoa ortónimo. O interseccionismo.
Exercício de leitura em voz alta de um poema de Alberto Caeiro.

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Relatório do dia 8 de Janeiro

Normalmente o relatório é o primeiro passo dado na aula, mas por falta de pontualidade por parte do aluno encarregue, foi deixado para mais tarde.
Começámos a aula com sugestões dadas pela professora Risoleta para o trabalho individual, tais como: o suporte do trabalho deve ser criado desde o 1º dia; em cada semana no mínimo deve fazer-se duas entradas; não esquecer os elementos essenciais: vida, aulas e elemento escolhido. Podemos também integrar leituras, objectos, desenhos, textos alheios ou próprios, enfim, um grande número de coisas. Tudo o que não for da nossa autoria deverá estar claramente referido. Estamos a falar de um diário literário que visa o entusiasmo e o vício do aluno.
Em seguida foi apresentado o tão esperado relatório do dia 6.
Depois, falou-se sobre os modernistas, que recusaram tudo e procuraram a originalidade de cada um, e que caíram em cima de quem não fosse assim. Ouviu-se o manifesto Anti-Dantas dito por Mário Vieira e escrito por José de Almada Negreiros. Para terminar a aula, ouviu-se também alguns poemas mais importantes da Mensagem: "Ulisses" e "Quinto Império". Poemas de Fernando Pessoa ortónimo e de seus heterónimos sensacionistas: Alberto Caeiro e Álvaro de Campos, ditos por João Grosso.


Tiago Fialho, nº24 12ºH

Concurso

Lisboa, 16 de Janeiro de 2009



Exmos Senhores,

As Produções Fictícias vêm desta forma comunicar que estão a organizar um concurso dirigido a estudantes do Ensino Básico, Secundário e Profissional, com idades compreendidas entre os 10 e os 18 anos, subordinado ao tema “O que é isto de ser Europeu?”.

Integrado na acção “O Tratado de Lisboa e o Futuro da Europa” do Centro de Informação Europeia Jacques Delors (CIEJD), Direcção-Geral dos Assuntos Europeus – Ministério dos Negócios Estrangeiros, e tendo como base noções como Língua Portuguesa, Europa e Novas Tecnologias, este concurso tem como objectivo levar os jovens a reflectir, através de um vídeo ou de um texto, sobre o que é ser Europeu nos dias de hoje.

Os vencedores ganharão uma viagem a uma capital europeia à escolha – na vertente vídeo -, ou a possibilidade de redigir um sketch com autores das Produções Fictícias, sketch que será efectivamente filmado por uma equipa de actores – na vertente texto/guião.

Todo o regulamento, bem como condições de participação neste concurso estão detalhadamente publicadas no site http://videos.sapo.pt/concursoeuropa, sendo que todos os esclarecimentos poderão ser efectuados no próprio site ou através do email concursoeuropa@sapo.pt.

Apelamos, assim, à participação de todas as Escolas na divulgação desta acção.



Antecipadamente gratos por toda a atenção,

Nuno Artur Silva

(director das Produções Fictícias)

domingo, 18 de janeiro de 2009

Relatório da Aula de Português

Na aula do dia 12 de Janeiro começámos por ouvir o relatório feito pelo Vasco, sobre o qual não houve comentários. De seguida a professora leu-nos mais três contos do livro Exercícios de Estilo de Raymond Queneau, que conta uma história que se passa num autocarro, onde se encontra uma pessoa que usa um chapéu estranho, que tem um pescoço comprido e que reclama com outro passageiro que está sempre a dar-lhe encontrões. Mais tarde o homem de chapéu estranho encontra-se com outra pessoa que lhe propõe colocar um botão extra no seu sobretudo. O primeiro conto lido chamava-se "Precisão" e era bastante descritivo, até de maneira exagerada. O segundo era a "Versão Subjectiva" que tinha várias críticas, opiniões e impressões. O terceiro e último chamava-se "Outra Subjectividade" e também tinha as mesmas características que o anterior, mas com uma subjectividade mais agressiva.
Depois a professora leu-nos a Carta Nove do livro Cartas a Lucilius, escrito por Séneca, que era um representante da filosofia estóica e que influencia Ricardo Reis. Com a leitura desta Carta apercebemo-nos que Ricardo Reis estava preparado tanto para a desgraça (característica da filosofia estóica) como para o prazer (característica da filosofia epicurista).
De seguida passámos para a leitura de poemas de Fernando Pessoa, o ortónimo. Lemos o texto Enigma do Ser que se encontra na página 152 onde estava explicado que a decifração do enigma do ser está presente em quase todos os poemas de Fernando Pessoa, que procura a unidade do ser e a sua complexidade. Pensar era um vício para este poeta e a interrogação sobre o que é a poesia era constante.
Continuámos a aula com a leitura de "Autopsicografia" na página 156, onde os elementos populares presentes são a rima, a quadra e o vocabulário. O poema tem uma estrutura argumentativa, e nele estão representadas três dores. A primeira dor era a que o autor sentia, a segunda era a que o autor fingia e a terceira era uma dor sentida pelo leitor, uma dor exterior e transfigurada. Lemos também o poema "Isto" da mesma página que no início parecia contradizer o poema anterior, mas depois apercebemo-nos que o autor transforma o sentimento bruto através do raciocínio e é essa transformação que ele valoriza.
Seguidamente lemos os textos auxiliares das páginas 156 e 157. No primeiro estava explicado que uma emoção, para Fernando Pessoa, não é de natureza intelectual, mas para o ser, ele transforma-as através da recordação, intelectualizando-as. No segundo vemos que é necessário ter em conta as emoções do leitor que sugerem uma dor, já falada anteriormente.
Continuámos com a leitura de poemas e partimos para o Eu fragmentado da página 154 e vimos que Fernando Pessoa começa os poemas com uma afirmaçâo e de seguida explica-as. A primeira quadra representava a função emotiva. Para o autor a verdadeira vida não é ser um, mas sim ser vários e para isso vive fugindo de si mesmo. Lemos tembém o texto explicativo que explicava a pluralidade do ser e para acabar a aula analisámos um texto da página 150: "Questão da Heteronímia" onde vimos que o escritor é alguém que tenta verbalizar as tendências e características do mundo e que os heterónimos de Pessoa são os heterónimos de toda a sociedade.

Vera, 12º A

Relatório de aula

12.01.2009

Começámos a aula com três pequenos textos dos Exercícios de Estilo de Raymond Queneau: Precisão, Lado Subjectivo e Outra subjectividade. Estes dois últimos dizem respeito à subjectividade do eu, ao interior de cada um e por isso foi estabelecida uma relação entre estes textos e a poesia de Fernando Pessoa.
De seguida ouvimos ainda um excerto de um livro de Séneca, filósofo que num conjunto de cartas escritas para o seu aprendiz exprime a sua opinião sobre o estoicismo e o epicurismo. A propósito deste assunto, a professora explicou-nos estes dois conceitos: o estoicismo é uma filosofia de vida que aceita a dor, mas que não se deixa abater por ela, os estoicos não dão muita importância nem às coisas boas nem más, acreditam que tudo passa, que tudo fluí; o epicurismo apenas conhece o prazer e não aceita a dor, no entanto os epicuristas acreditam que o prazer passa e por isso têm uma posição moderada. A propósito destes dois conceitos, a professora disse-nos que a poesia de Ricardo Reis, muito fluída, é a combinação entre estes dois aspectos.
Em seguida, começámos a analisar a poesia do órtonimo Fernando Pessoa e por isso lemos um texto sobre o enigma do ser , no qual são explicados os aspectos mais importantes e marcantes dos poemas de Pessoa, como por exemplo a fragmentação, a interrogação filosófica, a solidão interior, a nostalgia da infância, o fingimento poético etc. Para compreendermos este último aspecto lemos dois dos seus poemas, "Autopsicografia" e "Isto". Nestes dois poemas Pessoa explica a sua escrita, a sua fonte de inspiração. Em primeiro lugar, começa por apresentar uma tese: o poeta é um fingidor. Depois passa à sua argumentação. Assim, explica que ao escrever um poema existem duas dores, a dor que realmente sente e a dor fingida. No entanto os leitores não lêem nenhuma destas duas nem sequer a sua própria dor, mas uma outra dor, uma dor nova. Assim, o poeta explica que o coração entretém a razão, ou seja, a dor sentida pelo coração é filtrada pela razão e por isso o fingimento passa-se na razão. Depois desta transformação, a dor já não é a verdadeira, os sentimentos são trabalhados pela razão, isto significa que os sentimentos passam para a razão e que Pessoa usa a imaginação para sentir. Com esta transmutação, o poeta cria algo novo e fabuloso, cria arte.
Depois desta análise, lemos um outro poema que explica o "eu fragmentado" em Pessoa. Mais uma vez apresenta uma tese e depois defende-a. Assim, afirma que é um evadido. Ao nascer tornou-se uma pessoa, viu-se fechado nele só, na unidade e por isso fugiu de si mesmo, pois pensa que se iria fartar de ser um só. Ele foge da sua própria alma pois se esta o encontrar vai prendê-lo em si, na unidade.
Com este poema percebemos claramente a necessidade de Fernando Pessoa ser várias pessoas, ele nunca conseguiria estar preso a uma só pessoa, a ele mesmo. Por isto, lemos em seguida um texto referente à questão da heteronímia. Neste texto é-nos dito que de facto Pessoa tem uma grande imaginação e que através do sonho e da criação ele deu azo a grandes poemas. Pessoa transcende o eu e encarna todas as pessoas mais importantes do seu tempo: Almada Negreiros, António Botto, Santa-Rita Pintor, entre outros. Em suma, Pessoa foge de si mesmo, evade-se e cria novos universos totalmente diferentes uns dos outros, sendo os heterónimos muito bem definidos e por isso são totalmente verosímeis.
Rita Queiroga

Relatório de terça feira do dia 14.01

Depois de ouvirmos o detalhado relatório da Rita, a professora relembrou -nos da visita de estudo que iremos ter no dia 18 de Fevereiro às 14h (iremos andar por uma Lisboa diferente - a Lisboa pessoana).

De seguida passámos a ouvir a psicóloga Luisa Mota, que estava presente na sala. Ela falou-nos sobre o nosso percurso a seguir ao 12º ano. Como é o último ano para a maioria, é o ano das escolhas, quando temos de dar passos concretos. Nesta altura é natural ter muitas dúvidas sobre o futuro. A psicóloga fez-nos uma pergunta:
Daqui a 5/10/30 anos o que estaríamos nós a fazer?
Também disse que a melhor forma de prever o futuro é planeá-lo. Se nos empenharmos muito nos passos que vamos dar, conseguimos aumentar a possibilidade de acontecer aquilo que estamos a prever, o nosso futuro.E se olharmos bem à nossa volta, - disse a psicóloga, - podemos perceber que vivemos num mundo de mudanças. Essa é a única coisa estável, temos de ter isso em conta, não podemos ter uns planos muito fixos, devem ser sempre flexíveis.Informou-nos de várias oportunidades que poderemos ter, se quisermos continuar a estudar.
As possibilidades são:
- O ensino supeior(faculdade, universidede);
- A formação profissional (onde se desenvolvem técnicas em áreas especificas, que podem dar uma preparação para começar a trabalhar);
- e também pode haver a hipótese de querermos parar um ano(GAP YEAR); nesse ano podemos estagiar, começar mesmo a trabalhar ou fazer um voluntariado.

Ficámos informados sobre os vários sites que nos podem ajudar a escolher a área a seguir:
http://luisamota.googlepages.com
www.DGES.mctes.pt
www.exames.org
www.guiadoestudante.com

Seguidamente disse-nos que nesta escola os exames não são obrigatórios; apenas o são se:
-tivermos uma disciplina em atraso;
-quando queremos seguir o ensino superior, e é obrigatório termos uma determinada prova/exame feito;
-e quando queremos fazer melhoria de nota.
Provavelmente, os únicos exames que iremos fazer no final são Desenho, História e Geometria.

Houve ainda uma pergunta feita pela psicóloga a que nem todos sabiam responder, foi "O que gostariam de seguir depois do 12º ano?"

Aos que disseram que gostariam de ingressar no ensino superior, deu um conselho:
"Tentem ir a cada faculdade ou universidade,onde gostariam de estar, vejam as pessoas, falem com elas, observem o ambiente, etc, e comparem"
No final da aula preenchemos um questionário, para saber o grau de dificuldade que temos em relação à nossa escolha.

Tatiana Chkiria 12ºE
http://anjelitoperdido.blogspot.com/

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Relatório

Aula do dia 5 de Janeiro de 2008
Coube-me fazer o relatório da primeira aula do segundo período, mas antes de mais queria desejar um bom ano novo a todos.
Como não podia deixar de ser, começámos a aula a fazer um balanço sobre o primeiro período, e os objectivos propostos para o segundo. A conversa decorreu sobre vários parâmetros que passo a citar:
• Marcação do único teste a realizar no dia 16 de Março (caso seja necessário haverá um teste de recuperação)
• Trabalhos individuais (haverá dois momentos de avaliação: o primeiro no dia 2 de Fevereiro, com um relatório descritivo do processo até à data, e o segundo e definitivo, no dia 9 de Março)
• Obras a serem estudadas: Fernando Pessoas e os seus heterónimos
Felizmente há Luar de Sttau Monteiro
• Visitas de estudo a realizar

Estes foram alguns dos assuntos tratados, aos quais a professora acrescentou algumas recomendações ao nível da exigência de pontualidade e rigor dos trabalhos propostos.
De seguida, iniciámos a leitura de uma nova obra intitulada Exercícios de Estilo de Raymond Queneau. Obra esta que conta um episódio completamente normal e quotidiano, primeiro através de pequenas anotações a partir das quais o autor irá criar várias versões do mesmo episódio. Esta obra vai acompanhar-nos ao longo do segundo período, sendo que nesta aula a professora leu-nos quatro versões: metaforicamente, retrógrada, surpresa e sonho
Já no segundo segmento da aula, começámos o estudo de Fernando Pessoa. Como o Natal esteve próximo lemos um poema do heterónimo Alberto Caeiro, intitulado Poema do Menino Jesus. Este poema fala da religião com alguma irreverência.
Numa segunda leitura do mesmo poema, encontrámos algumas características do estilo do heterónimo de Fernando Pessoa, como sendo uma poesia muito simples, utilizando vocabulário do quotidiano e quase em prosa sem preocupações de rima ou de métrica.
Normalmente os poetas têm a necessidade de uma forma directa ou indirecta definir o que é a poesia para eles. Alberto Caeiro não foge a regra, e neste mesmo poema define a sua poesia como:
• Privilegia a visão, poeta sensacionista
“Tive um sonho como uma fotografia.” (comparação)

• Relação com o mundo só através da visão, não valoriza o pensamento
“Chapinha nas poças de água,
Colhe as flores e gosta delas e esquece-as.”

• Gosto pela natureza
“No céu tudo era falso, tudo em desacordo
Com flores e árvores e pedras.”

Chegámos à conclusão de que para ele, ser poeta é ter um olhar infantil.
Por fim realizou-se a leitura colectiva por períodos do texto da página 148 do manual, sobre como Fernando Pessoa explica a existência de tantos heterónimos.
Concluo que a aula foi muito produtiva, pois relançámos um novo período deste ano lectivo e começámos a estudar um nome tão conceituado e importante da nossa cultura literária

Márcia, 12º E

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Sumários da semana de 12 a 16 de Janeiro

Leitura do relatório da aula anterior.
Continuação da leitura de Exercícios de Estilo, de Raymond Queneau.
Leitura de um excerto da Carta a Lucilius, de Séneca, a propósito de estoicismo e de Ricardo Reis.
Análise de poemas de Fernando Pessoa ortónimo: o fingimento poético e a fragmentação do eu.
Leitura de textos teóricos sobre o ortónimo e sobre a heteronímia.

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Datas, prazos:

- 1ª apresentação dos trabalhos individuais com um relatório:
2 de Fevereiro
- Conclusão/ entrega dos trabalhos individuais com reflexão final:
9 de Março

Teste: 16 (Turmas A e E) e 17 (Turma H) de Março


Visitas de estudo:
- Teatro a Barraca: Felizmente Há Luar
- Lisboa de Pessoa

(datas a definir em breve)

Poema do Menino Jesus

Num meio-dia de fim de Primavera
Tive um sonho como uma fotografia.
Vi Jesus Cristo descer à terra.
Veio pela encosta de um monte
Tornado outra vez menino,
A correr e a rolar-se pela erva
E a arrancar flores para as deitar fora
E a rir de modo a ouvir-se de longe.

Tinha fugido do céu.
Era nosso demais para fingir
De segunda pessoa da Trindade.
No céu tudo era falso, tudo em desacordo
Com flores e árvores e pedras.
No céu tinha que estar sempre sério
E de vez em quando de se tornar outra vez homem
E subir para a cruz, e estar sempre a morrer
Com uma coroa toda à roda de espinhos
E os pés espetados por um prego com cabeça,
E até com um trapo à roda da cintura
Como os pretos nas ilustrações.
Nem sequer o deixavam ter pai e mãe
Como as outras crianças.
O seu pai era duas pessoas -
Um velho chamado José, que era carpinteiro,
E que não era pai dele;
E o outro pai era uma pomba estúpida,
A única pomba feia do mundo
Porque nem era do mundo nem era pomba.
E a sua mãe não tinha amado antes de o ter.
Não era mulher: era uma mala
Em que ele tinha vindo do céu.
E queriam que ele, que só nascera da mãe,
E que nunca tivera pai para amar com respeito,
Pregasse a bondade e a justiça!

Um dia que Deus estava a dormir
E o Espírito Santo andava a voar,
Ele foi à caixa dos milagres e roubou três.
Com o primeiro fez que ninguém soubesse que ele tinha fugido.
Com o segundo criou-se eternamente humano e menino.
Com o terceiro criou um Cristo eternamente na cruz
E deixou-o pregado na cruz que há no céu
E serve de modelo às outras.
Depois fugiu para o Sol
E desceu no primeiro raio que apanhou.
Hoje vive na minha aldeia comigo.
É uma criança bonita de riso e natural.
Limpa o nariz ao braço direito,
Chapinha nas poças de água,
Colhe as flores e gosta delas e esquece-as.
Atira pedras aos burros,
Rouba a fruta dos pomares
E foge a chorar e a gritar dos cães.
E, porque sabe que elas não gostam
E que toda a gente acha graça,
Corre atrás das raparigas
Que vão em ranchos pelas estradas
Com as bilhas às cabeças
E levanta-lhes as saias.

A mim ensinou-me tudo.
Ensinou-me a olhar para as coisas.
Aponta-me todas as coisas que há nas flores.
Mostra-me como as pedras são engraçadas
Quando a gente as tem na mão
E olha devagar para elas.

Diz-me muito mal de Deus.
Diz que ele é um velho estúpido e doente,
Sempre a escarrar para o chão
E a dizer indecências.
A Virgem Maria leva as tardes da eternidade a fazer meia.
E o Espírito Santo coça-se com o bico
E empoleira-se nas cadeiras e suja-as.
Tudo no céu é estúpido como a Igreja Católica.
Diz-me que Deus não percebe nada
Das coisas que criou -
“Se é que ele as criou, do que duvido.” -
“Ele diz por exemplo, que os seres cantam a sua glória,
Mas os seres não cantam nada.
Se cantassem seriam cantores.
Os seres existem e mais nada,
E por isso se chamam seres.”
E depois, cansado de dizer mal de Deus,
O Menino Jesus adormece nos meus braços
E eu levo-o ao colo para casa.

Ele mora comigo na minha casa a meio do outeiro.
Ele é a Eterna Criança, o deus que faltava.
Ele é o humano que é natural.
Ele é o divino que sorri e que brinca.
E por isso é que eu sei com toda a certeza
Que ele é o Menino Jesus verdadeiro.

E a criança tão humana que é divina
É esta minha quotidiana vida de poeta,
E é por que ele anda sempre comigo que eu sou poeta sempre.
E que o meu mínimo olhar
Me enche de sensação,
E o mais pequeno som, seja do que for,
Parece falar comigo.

A Criança Nova que habita onde vivo
Dá-me uma mão a mim
E outra a tudo que existe
E assim vamos os três pelo caminho que houver,
Saltando e cantando e rindo
E gozando o nosso segredo comum
Que é saber por toda a parte
Que não há mistério no mundo
E que tudo vale a pena.

A Criança Eterna acompanha-me sempre.
A direcção do meu olhar é o seu dedo apontado.
O meu ouvido atento alegremente a todos os sons
São as cócegas que ele me faz, brincando, nas orelhas.

Damo-nos tão bem um com o outro
Na companhia de tudo
Que nunca pensamos um no outro,
Mas vivemos juntos e dois
Com um acordo íntimo
Como a mão direita e a esquerda.

Ao anoitecer brincamos as cinco pedrinhas
No degrau da porta de casa,
Graves como convém a um deus e a um poeta,
E como se cada pedra
Fosse todo o universo
E fosse por isso um grande perigo para ela
Deixá-la cair no chão.

Depois eu conto-lhe histórias das coisas só dos homens
E ele sorri porque tudo é incrível.
Ri dos reis e dos que não são reis,
E tem pena de ouvir falar das guerras,
E dos comércios, e dos navios
Que ficam fumo no ar dos altos mares.
Porque ele sabe que tudo isso falta àquela verdade
Que uma flor tem ao florescer
E que anda com a luz do Sol
A variar os montes e os vales
E a fazer doer aos olhos dos muros caiados.

Depois ele adormece e eu deito-o.
Levo-o ao colo para dentro de casa
E deito-o, despindo-o lentamente
E como seguindo um ritual muito limpo
E todo materno até ele estar nu.

Ele dorme dentro da minha alma
E às vezes acorda de noite
E brinca com os meus sonhos.
Vira uns de pernas para o ar,
Põe uns em cima dos outros
E bate palmas sozinho
Sorrindo para o meu sono.

Quando eu morrer, filhinho,
Seja eu a criança, o mais pequeno.
Pega-me tu ao colo
E leva-me para dentro da tua casa.
Despe o meu ser cansado e humano
E deita-me na tua cama.
E conta-me histórias, caso eu acorde,
Para eu tornar a adormecer.
E dá-me sonhos teus para eu brincar
Até que nasça qualquer dia
Que tu sabes qual é.

Esta é a história do meu Menino Jesus.
Por que razão que se perceba
Não há-de ser ela mais verdadeira
Que tudo quanto os filósofos pensam
E tudo quanto as religiões ensinam ?

Alberto Caeiro

O poema sobre o Menino Jesus, lido hoje na aula, por Maria Betânia

http://www.youtube.com/watch?v=HakV--x6LXM

Não é um poema para o dia de reis, mas é um poema de Reis para o dia

É tão Suave a Fuga deste Dia

É tão suave a fuga deste dia,
Lídia, que não parece, que vivemos.
Sem dúvida que os deuses
Nos são gratos esta hora,

Em paga nobre desta fé que temos
Na exilada verdade dos seus corpos
Nos dão o alto prémio
De nos deixarem ser

Convivas lúcidos da sua calma,
Herdeiros um momento do seu jeito
De viver toda a vida
Dentro dum só momento,

Dum só momento, Lídia, em que afastados
Das terrenas angústias recebemos
Olímpicas delícias
Dentro das nossas almas.

E um só momento nos sentimos deuses
Imortais pela calma que vestimos
E a altiva indiferença
Às coisas passageiras

Como quem guarda a c'roa da vitória
Estes fanados louros de um só dia
Guardemos para termos,
No futuro enrugado,

Perene à nossa vista a certa prova
De que um momento os deuses nos amaram
E nos deram uma hora
Não nossa, mas do Olimpo.

Ricardo Reis, in Odes
Heterónimo de Fernando Pessoa

Sumários da semana de 5 a 9 de Janeiro

Apresentação da planificação do trabalho para o 2ºperiodo.
Leitura de textos de Exercícios de estilo, de Raymond Queneau.
Leitura e análise de um poema de Alberto Caeiro sobre o Menino Jesus: características da poesia do heterónimo.
Génese dos heterónimos: carta a Adolfo Casais Monteiro.

Leitura do relatório da aula anterior.
Esclarecimentos sobre o trabalho individual.
Leitura de EXERCÍCIOS DE ESTILO, de Raymond Queneau.
Continuação da sensibilização ao estudo dos modernistas, F Pessoa e heterónimos: audição do "Manifesto Anti-Dantas" e de poemas de Pessoa e heterónimos.