quarta-feira, 29 de abril de 2009

Sumários da semana de 26 de Abril:

1º teste do 3ºperíodo.

Leituras de Memorial do Convento.
Análise do episódio do voo: as figuras de estilo, como a comparação, a ironia, a personificação e o paradoxo.
Aspectos sociais; a Inquisição e a música.
O intertexto.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

ESTRUTURA e cotação DO 1º TESTE:

I Grupo:
Objectivo: mostras que conheces o romance.
- Nove perguntas sobre o Memorial do Convento para responderes com V/F e justificares (se for verdadeiro) ou corrigires (se for falso).
II Grupo
Objectivo: Analisas o texto e respondes coerentemente às questões.
- Excerto da obra (uma parte do manual, lida na aula) com quatro perguntas de interpretação).
III Grupo
Objectivo: Desenvolves com imaginação, mas tendo em conta o que conheces da obra, um assunto do Memorial do Convento .
- Criação de um texto a partir de uma de três propostas (150 a 200 palavras).
Cotação:
I Grupo: 90
II Grupo: 60
III Grupo: 50

quarta-feira, 22 de abril de 2009

NOTÍCIAS DO SERVIÇO DE PSICOLOGIA

Há mais uma visita de estudo à vista:

Curso de Arquitectura no ISCTE, Lisboa
2ª feira, dia 4 de Maio, das 10h00 às 12h30

“Pretende-se com esta visita o conhecimento do curso de arquitectura para os alunos interessados na área de arquitectura, nas suas dimensões académicas e sócio relacionais: a assistência a aulas práticas de todos os anos para lhes dar uma noção dos trabalhos desenvolvidos ao longo do curso, a interacção com os colegas universitários para partilha de experiências e conselhos.”

Esta visita interessa aos alunos que pretendam seguir para arquitectura. Aguardo as vossas inscrições!



Informo que ainda temos alguns (poucos) lugares vagos para a ESAD nas Caldas da Rainha no próximo dia 30
e para a ESART em Castelo Branco que vai ser no dia 6 de Maio (ainda estou à espera das inscrições dos alunos de som para irem conhecer o curso de MÚSICA ELECTRÓNICA E PRODUÇÃO MUSICAL).



Luisa Mota
Serviço de Psicologia e Orientação
E.S.A. António Arroio
http://spo.luisamota.googlepages.com

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Sumários da semana de 20 de Abril

Leituras em voz alta.
Leituras do dicionário etimológico e do diário de Saramago.
A subvsersão da história, da escrita e do estatuto do narrador em Saramago.
A ideologia.
O humor e a sátira.
O sagrado e o profano.

Dia mundial do livro: leitura de excertos de um livro sobre os prémios Nobel da Ciência, nomeadamente sobre um padre cientista, a propósito de Padre Bartolomeu. (O Legado de Nobel, de Raquel Gonçalves-Maia)
Leituras em voz alta.
A Inquisição.
Características da linguagem: o estilo rebuscado e barroco e as expressões populares, comparações, metáforas e enumerações.
O narrador e o universo feminino.
Narrador testemunhal ou omnisciente.
O intertexto.

Sumários da semana de 14 de Abril

Introdução ao estudo de Memorial do Convento: José Saramago- alguns dados biográficos.
Memorial do Convento: Ficção, História e fantástico.
Leitura de excertos da obra.
As personagens de Baltazar e Bartolomeu de Gusmão.
Os "elementos" no Memorial.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

CONCURSO

De: ServicoPedagogico [mailto:servicopedagogico@gmail.com]
Enviada: quarta-feira, 15 de Abril de 2009 12:26
Para: servicopedagogico@gmail.com
Assunto: FW: FW: Serviço Pedagógico Águas Livres do Museu da Água da EPAL


Ex.mo(a) Senhor(a) Director(a),


O Museu da Água da EPAL vai premiar alunos do ensino secundário, de todo o país, com computadores portáteis e com uma visita a um dos quatro núcleos do Museu da Água.

Para concorrer os alunos terão de desenvolver um trabalho de investigação, individualmente, mas com a supervisão dos seus professores, sobre a importância da Gestão dos Recursos e/ou a Globalização, sob o mote “O Mundo é a nossa casa”, da obra homónima do arquitecto Júlio Moreira.

Aos autores dos cinco melhores trabalhos será oferecido um computador portátil e à turma da qual o aluno fizer parte será também premiada com uma visita gratuita à Estação Elevatória a Vapor dos Barbadinhos, núcleo do Museu da Água, onde irá decorrer a cerimónia oficial da entrega dos prémios, no dia 1 de Junho de 2009.

Os alunos deverão enviar os seus trabalhos até dia 15 de Maio de 2009 (ver regulamento em anexo).

Em caso de dúvida contacte-nos através do n.º de telefone 21 315 30 66, ou consulte o nosso site em www.servicoaguaslivres.com e/ou envie-nos um e-mail para servicopedagogico@epal.pt.

Não perca esta oportunidade. Boa sorte!

Com os melhores cumprimentos,
Serviço Pedagógico Águas Livres

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Avaliação do 3º período:

A avaliação incidirá prioritariamente, conforme combinado, sobre:

- Dois testes
ou
- Um teste e um trabalho individual

E ainda:
- Os relatórios de aula prosseguirão, mas deixarão de ser lidos; serão publicados no moodle ou no blogue, para consulta após correcção, se for caso disso.
- leituras em voz alta de excertos do Memorial do Convento previamente preparadas em casa.
- Pequenos trabalhos propostos pela professora e elaborados na aula (diários, oficina de escrita e outros). Eventual apresentação dos mesmos, caso haja tempo (o período vai ser muito curto...).
- Os alunos que por alguma razão não elaboraram nenhum relatório de aula ao longo do ano, devem agora fazê-lo.
- Assiduidade, pontualidade.

Os critérios de avaliação serão os já definidos no primeiro período e aqui publicados.

Critérios de classificação dos trabalhos individuais:

- Trata o tema do programa (Memorial do Convento, de José Saramago)
Total: 4 pontos (0: Insuf; 1: Suf-; 2: Suf; 3: Bom; 4: Muito Bom)

- Relaciona o programa com o quotidiano
Total: 4 pontos (0: Insuf; 1: Suf-; 2: Suf; 3: Bom; 4: Muito Bom)


- Inclui texto do aluno
Total: 4 pontos (0: Insuf; 1: Suf-; 2: Suf; 3: Bom; 4: Muito Bom)


- Reflecte de forma pessoal
Total: 4 pontos (0: Insuf; 1: Suf-; 2: Suf; 3: Bom; 4: Muito Bom)


- Apresenta originalidade/criatividade
Total: 4 pontos (0: Insuf; 1: Suf-; 2: Suf; 3: Bom; 4: Muito Bom)


MÁXIMO TOTAL: 20

DESCONTOS:
- Não respeita os prazos (primeiro e segundo): 0,5 valor por dia
- Não repeita o mínimo de entradas: 0,5 valor por entrada
- Problemas de correcção escrita: Insuf: 2 valores; Suf-: 1 valor
- Não faz o balanço intermédio e final: 1 valor por cada balanço não feito

Calendário do 3º período:

1º teste:
Turmas A e E: 27 de Abril
Turma H: 28 de Abril


2ºteste:
Turma A: 1 de Junho
Turma E: 27 de Maio
Turma H: 2 de Junho

- 1ªapresentação dos trabalhos individuais: 4 de Maio
- Conclusão dos trabalhos individuais: 29 de Maio

Ler

por:José Saramago

Isto a que chamam o meu estilo assenta na grande admiração e respeito que tenho pela língua que foi falada em Portugal nos séculos XVI e XVII. Abrimos os Sermões do Padre António Vieira e verificamos que há em tudo o que escreveu uma língua cheia de sabor e de ritmo, como se isso não fosse exterior à língua, mas lhe fosse intrínseco.

Nós não sabemos ao certo como se falava na época, mas sabemos como se escrevia. A língua então era um fluxo ininterrupto. Admitindo que possamos compará-la a um rio, sentimos que é como uma grande massa de água que desliza com peso, com brilho, com ritmo, mesmo que, por vezes, o seu curso seja interrompido por cataratas.

Chegam dias de férias, uma boa ocasião para entrar nesta água, nesta língua escrita pelo Padre Vieira. Não aconselho nada a ninguém, mas digo que vou mergulhar na melhor prosa e vou desaparecer estes dias. Alguém quer acompanhar-me?



in:
http://caderno.josesaramago.org/2009/04/08/ler/

Ainda sobre a pontuação:

http://ijotakapa.blogspot.com/2008/03/ainda-propsito-de-saramago-e-pontuao.html

A pontuação em Saramago


in: http://74.125.77.132/search?q=cache:MxyN0kILe3cJ:www.ciberduvidas.pt/idioma.php%3Frid%3D1691+neste+texto+saramago+usa+a+pontua%C3%A7%C3%A3o&cd=1&hl=pt-BR&ct=clnk&client=firefox-a

[O Nosso Idioma]
Saramago
O escritor que brinca com a pontuação *
Isabel Coutinho

Vamos fazer um jogo: «A mulher não respondeu logo, olhava-o, por sua vez, como se o avaliasse, a pessoa que era, que de dinheiros bem se via que não estava provido o pobre moço, e por fim disse, Guarda-me na tua lembrança, nada mais, e Jesus, Não esquecerei a tua bondade, e depois, enchendo-se de ânimo, Nem te esquecerei a ti, Porquê, sorriu a mulher, Porque és bela, Não me conheceste no tempo da minha beleza, Conheço-te na beleza desta hora. O sorriso dela esmoreceu, extinguiu-se, Sabes quem sou, o que faço, de que vivo, Sei, Não tiveste mais que olhar para mim e ficaste a saber tudo, Não sei nada, Que sou prostituta, Isso sei, Que me deito com homens por dinheiro, Sim, Então é o que eu digo, sabes tudo de mim, Sei só isso.»

Ao fim das primeiras linhas, o leitor atento terá percebido que está a ler qualquer coisa que saiu da imaginação do escritor português José Saramago. Trata-se de um excerto de O Evangelho segundo Jesus Cristo, romance publicado em 1991, onde é visível a maneira peculiar como o prémio Nobel da Literatura usa a pontuação na sua escrita.

Peculiar porquê? Porque é usada de uma forma não canónica, apesar de o escritor já fazer parte do cânone literário: falta no texto o travessão para identificar o interlocutor no diálogo e somos apenas ajudados pelo início das falas de cada personagem ser assinalado por uma capitular. Também aqui se vê a frase característica da escrita de Saramago, quase sem pontos finais e cadenciada na pausa por vírgulas.

Mas se tem a ideia de que José Saramago eliminou nos seus textos a pontuação, os académicos e o autor dizem-lhe que essa ideia é errada. O prémio Nobel da Literatura português inovou na maneira como utiliza o ponto final e a vírgula – ele prefere chamar-lhe os sinais de pausa –, marcando a frase com um outro ritmo dado pela oralidade. Saramago subverteu a norma: pôs tudo em estado de desordem, revolucionou.

Se este é um aspecto claramente inovador da sua obra, não está isento de controvérsia. Para o professor universitário Carlos Reis, da Universidade de Coimbra e reitor da Universidade Aberta, só os comentadores apressados e os críticos que o não leram é que dizem que Saramago não usa pontuação — «um disparate sem remissão possível». Saramago «usa pontuação, mas reinventa-a de acordo com um outro ritmo prosódico, que é o da oralidade de quem fala a língua», explica. O autor redescobre sentidos ocultos nas palavras que o nosso uso quotidiano nelas acabou por desgastar, diz.
Manuel Gusmão, crítico literário e professor da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, também considera inovador o tipo de frase que veio a caracterizar o escritor: uma frase onde podemos «encontrar o narrador a dialogar com uma ou mais personagens, ou duas personagens que dialogam». Saramago, conclui Gusmão, traz assim o diálogo para o interior da instância narrativa — «como se também ele concordasse que a unidade mínima da linguagem em acção é o diálogo».

Onde está o princípio?

Tudo terá começado no «ensaio de romance» Manual de Pintura e Caligrafia, publicado em 1977. Essa é a opinião da professora universitária Ana Paula Arnaut, da Universidade de Coimbra, que acaba de publicar José Saramago. Foi nessa obra que o autor ensaiou, pela primeira vez, a sua técnica de construção romanesca e nunca mais a abandonou. Todos os seus futuros romances estão contidos em Manual de Pintura e Caligrafia, tal como todos os seus grandes temas futuros estão lá. Desde o «ateísmo confesso», passando pelo «papel de primordial importância concedido à mulher» até ao carácter humanista e humanitário. Arnaut diz que estão lá também as marcas que pautarão o estilo saramaguiano – um «peculiar uso dos sinais de pontuação ou outras entropias sintácticas e semânticas».

Mas, a acreditar nas palavras do Nobel, foi durante a escrita de Levantado do Chão, romance publicado em 1980, que José Saramago se viu perante uma outra forma de narrar. Já tinha escrito vinte e tal páginas, quando lhe surgiu esta nova maneira de contar e voltou atrás, reescrevendo tudo desde o princípio para uniformizar o estilo.

O escritor já explicou várias vezes esse processo. «Era como se eu lhes estivesse a contar a eles a história que eles me tinham contado. E, como você sabe, quando falamos, não usamos sinais de pontuação. Temos pausas [de respiração] e até, como eu digo nos meus livros, os dois únicos sinais de pontuação, o ponto e a vírgula, não são sinais de pontuação, são uma pausa, uma pausa breve e uma pausa longa. No fundo, como também digo muitas vezes, falar é fazer música», disse em 2004 numa entrevista ao semanário Expresso. O escritor não estava a dizer mais do que já tinha escrito em Cadernos de Lanzarote – Diário II (1994): «(...) É como narrador oral que me vejo quando escrevo e que as palavras são por mim escritas tanto para serem lidas como para serem ouvidas. Ora, o narrador oral não precisa de pontuação, fala como se estivesse a compor música e usa os mesmos elementos que o músico: sons e pausas, altos e baixos, uns, breves ou longas, outras.»

Na entrevista publicada sábado no semanário Sol, o escritor explica mais um pouco: «O processo não é mecânico, não passa automaticamente de livro para livro, há ligeiríssimas diferenças – tão ligeiras, que se calhar só eu consigo aperceber-me delas. O leitor comum achará que é o mesmo: Ah, ele eliminou a pontuação.»

Essas diferenças fazem a obra do escritor dividir-se por vários ciclos, diz Arnaut. O primeiro ciclo caracterizado por marcas de «portugalidade intensa», directa ou indirectamente enraizado na realidade portuguesa, vai desde o Manual Pintura e de Caligrafia (1977) até O Evangelho segundo Jesus Cristo (1991). E é em alguns dos livros deste ciclo, veja-se Memorial do Convento e História do Cerco de Lisboa, que aparecem páginas e páginas sem parágrafos, onde o escritor deixa de usar de forma canónica a pontuação (e o leitor pode ter de ler várias vezes para perceber e se só dias mais tarde recomeça a leitura pode ter de voltar atrás).

Um segundo ciclo começa com Ensaio sobre a Cegueira (1995) e vai até Ensaio sobre a Lucidez (2004), momento em que o escritor passa para temas mais universais e há uma maior aproximação ao cânone do português. Encontramos uma maior linearidade na exposição dos acontecimentos, a clareza passa por maior narratividade e o leitor comum já não voltará atrás na sua leitura.

O terceiro ciclo inicia-se em 2005 com a publicação de As Intermitências da Morte. E a autora da obra José Saramago explica: «Romance em que o autor parece abandonar o tom e a cor cinzentos que caracterizavam os romances anteriores para adoptar tonalidades narrativas que chegam a despertar o sorriso aberto nos leitores. Além disso, verificamos uma maior aproximação ao que se diz ser a pontuação correcta.»

José Saramago chamou-lhe, aliás, «uma espécie de ressimplificação», situando-a a partir de Ensaio sobre a Cegueira, numa conversa com Carlos Reis (in Diálogos com José Saramago). «Hoje verifico que há como que uma recusa minha de qualquer coisa em que eu me divertia, que era uma espécie de barroquismo, qualquer coisa que eu não conduzia, mas que de certo modo me levava a mim; e estou a assistir, nestes últimos dois livros (o Ensaio sobre a Cegueira já mostra isso muito claramente e este que estou a escrever também), a uma necessidade maior de clareza.»

O romance histórico

E tudo o que Saramago faz é inovador? Ana Paula Arnaut responde que a questão não é tanto se já foi feito, mas a forma e a intensidade como é feito: «Não uma coisa nova, mas de uma maneira nova.» Por exemplo, no romance de José Cardoso Pires O Delfim, já está tudo lá de uma maneira embrionária.

Mas o que há de mais inovador na obra do Nobel português? O modo como José Saramago «perturbou a tradição do romance histórico», diz Manuel Gusmão; ou fez «a inscrição da História na ficção», diz Carlos Reis. E falamos agora daquela que é uma das mais interessantes características da produção saramaguiana: a subversão da «história oficial», de acordo com três ingredientes fundamentais – as traves mestras da história, a sua extraordinária capacidade imaginativa e «fontes menos oficiais», explica Ana Paula Arnaut.

Saramago tem uma «extraordinária capacidade» para descobrir «sentidos novos e temas por inventar» numa ficção e num teatro que se tornaram referências canónicas da nossa literatura, afirma por sua vez Carlos Reis. Saramago «reclama» a história, porque a chama de novo à nossa atenção, dando-lhe uma nova leitura.

O Nobel português inventa factos, mistura o maravilhoso com o empírico, o conhecimento do presente com o reconhecimento ou as novas versões do passado, diz Gusmão. «Joga ironicamente a ficção contra o relato histórico", mostrando "como uma tradição e história dos pobres, dos explorados, oprimidos e vencidos se pode construir contra a história dos vencedores».

A sua inovação no romance é ao mesmo tempo «erudita e popular», explica a professora Maria Alzira Seixo, da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. É erudita, porque «tem bases historiográficas sólidas», quer nos livros sobre eventos do passado, quer nos romances onde procedeu a investigações próprias e elabora conjecturas para a compreensão de uma época ou de uma figura. E é popular, «pois inventa uma expressão oralizada, que tem a ver com o saber tradicional comunitário (como em Levantado do Chão), criando a sua frase característica», explica Alzira Seixo. E, apesar de os seus livros serem poeticamente muito elaborados, não deixam de ser pedagógicos, transmitindo ensinamentos com uma forte dimensão ética e ao alcance de todos. «São ainda um exemplo raro, na pós-modernidade, da criação literária que se alia a valores humanos e colectivos, como bem se vê em Ensaio sobre a Cegueira e As Intermitências da Morte.»

Como os mais novos o vêem

Numa literatura em que Saramago se tornou um cânone, os escritores mais novos já ganham prémios com o nome de Saramago e é normal que lhes perguntemos o que acham do Nobel. O primeiro inquirido é José Luís Peixoto, que recebeu o Prémio Literário José Saramago 2001. É o «conhecimento do humano», aquilo que Peixoto encontra de «mais intenso e original» na obra do Nobel português. O domínio da narrativa e da língua são colocados ao serviço desse elemento central: «O ser humano, tanto no que toca à sua força, como às suas fragilidades e contradições.» Saramago inovou na forma como, em cada livro, construiu novas parábolas que se distinguem pela grande ironia e imaginação com que são construídas.

O premiado em 2005, Gonçalo M. Tavares, diz que o que há de mais «estimulante na obra de José Saramago é o desenvolvimento ficcional de uma ideia impossível». «O desenvolvimento desta espécie de realidade paralela é de tal forma minucioso e pormenorizado, que a certo momento o leitor esquece que se partiu de uma hipótese inverosímil e parece estar perante algo que sempre foi assim», continua o escritor. «Olhamos de novo para a realidade e sem uma epidemia de cegos parece que algo falta ou que algo mente.»

Válter Hugo Mãe, o escritor que assina sem maiúsculas (não é uma influência de Saramago), que ganhou o prémio em 2007, diz que o seu grande feito, naquilo em que acrescenta algo à literatura portuguesa e mundial, tem a ver com «a busca incessante de chegar ao colectivo dos homens, seduzindo-o para a grande história humana no sentido de amigar as gentes e combater toda a exclusão». Nos livros de Saramago, o homem é universal, visto a partir das suas raízes, como qualquer anónimo enredado numa aventura. O escritor distingue-se assim «por levar à literatura uma grande coerência ideológica, extremamente humanista, que recupera a força das grandes histórias numa projecção sempre colectiva e nada egocêntrica». E isso é muito raro num escritor, diz Válter Hugo Mãe. Ponto final
* in Público do dia 23 de Abril de 2008 — 24/04/2008
Sobre o Autor

Jornalista portuguesa.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Moodle e outros avisos


Caros alunos/as:
Após o esforço que fizemos nas últimas aulas do final do período relativamente à vossa inscrição na minha página do moodle, no que se refere aos alunos do 12 E falta ainda que actualizem os vossos emails para poderem receber as informações que eu lá colocar. Para isso devem entrar na vossa área com o número do cartão (sem a letra) e aí actualizarem o perfil colocando o vosso email actual e verificando com atenção se o escreveram bem.
Tenham umas boas férias e uma Páscoa Feliz!
Risoleta

PS Não se esqueçam de ler o Memorial do Convento !
E quem quiser prosseguir com o trabalho individual (conforme combinado) pode recomeçar quando quiser, o mais tardar na primeira semana de aulas.