terça-feira, 23 de junho de 2009

Prémio de Poesia:

Para o caso de interessar a alguém:

http://www.nosside.com/


Boas férias.
Espero que os exames estejam a corerr bem, vão dando notícias!
Beijinhos
A professora:
Risoleta

segunda-feira, 15 de junho de 2009

45 minutos de leitura silenciosa em Memorial do Convento

Entra "El-rei", o silêncio toma conta do palácio. Príncipes e fidalgos apresentam-se de olhos colocados nos livros, atentos, não reagem perante a presença imponente de D. João V. Sem barulho, como que se o palácio ninguém tivesse, injustiças são reflectidas, o rei é desrespeitado. Ninguém olha, ninguém venera, só as linhas compridas de livros proibidos são fervorosamente devoradas durante quarenta e cinco minutos intermináveis. Todos cumprem à risca o programado, El-Rei difama sozinho e continua com a ridícula construção da Basílica de S. Pedro. Furioso, deita abaixo os alicerces de toda aquela maqueta trabalhada. No palácio o estrondo é ouvido, mas como se nada fosse, ninguém se move, ninguém respira, ninguém corre em auxílio do rei. D.João V, como vários alunos da António Arroio, não saboreou o momento, ruídos eram ouvidos nos corredores, ainda que por breves instantes. Uma sala repleta de livros e silêncio, lábios quietos, apenas o virar de páginas era ouvido. Senti que no silêncio encontramos algo que raramente procuramos. Concentrados em páginas breves ou longas, percorremos e saboreámos segundo por segundo aqueles quarenta e cinco minutos de algo que parecia à partida impossível. Li um excerto sobre "A Profecia Maia" relativa a 2012. Embora concentrado nas linhas quisesse ter estado, não consegui. O silêncio, o giz parado, o "aristo" na mochila, o compasso guardado e a professora a ler Mia Couto levaram-me para outra dimensão, longe de tudo, longe da sala de geometria, longe de todo o trabalho que temos de cumprir. Durante quarenta e cinco minutos em nada pensei, profundo fui e sobre o que li ainda não sei. Fragmentos sobre 2012 ficaram, mas da experiência ficou ainda mais. Concordo plenamente com a ideia e repeti-la deveríamos mais vezes. Pode ser que da próxima El-rei e quem não aderiu à ideia se junte e perceba que para além de linhas e letras os livros dizem muito mais...

Miguel Rosa, 12 H

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Relatório da aula de 27 de Maio Evento de Gestão

Relatório da aula de 27 de Maio
Evento de Gestão


Por pertencer ao grupo de Gestão das Artes e estar envolvida no projecto sobre a “Liberdade de Expressão”, não me foi possível comparecer na aula de Português de quarta-feira, dia 27 de Maio.
Por essa mesma razão, venho apresentar o relatório desse mesmo dia, mas do evento que realizei em grupo, com as minhas colegas Inês, Joana, Márcia e Teresa.
Começámos a organizar os materiais logo de manhã, até à chegada da botija de hélio que deveria ter sido entregue no dia anterior, mas que por motivos técnicos, não aconteceu.
Quando recebemos o hélio, começámos a encher o primeiro saco de 100 balões; Quando terminámos de encher esse primeiro saco, já a caixa gigante de cartão estava pronta para começar a receber os balões.
Iniciámos, então a recolha de mensagens nos balões. Abordámos algumas pessoas, na sua grande maioria alunos, e a adesão das pessoas foi imediata.



Depois dos primeiros grupos de pessoas que abordámos com os balões pedindo que deixassem uma mensagem livre, mas livre em tudo, principalmente livre de preconceitos, diversas pessoas começaram a querer aderir ao evento, pedindo, também, um balão para elas.
Passámos o tempo todo a recolher balões e mensagens, até que, por volta das 14h15, eu e a Inês nos dirigimos ao Concelho Executivo para fazermos a chamada requerida anteriormente pelo Instituto Nacional de Aviação Civil, informando que íamos lançar os balões e procurando permissão para fazermos a largada.
Por motivos de interferir com a rota de um avião, foi-nos pedido que adiássemos a largada das 14h30, para as 14h40, de forma a funcionar tudo nas mais perfeitas condições. Assim o fizemos, recolhemos os últimos balões escritos, aguardando a chamada de atenção por parte da professora Benedita Salema de que já era tempo de deixar as mensagens seres livres…
Era tempo de libertar a expressão de cada um...E assim foi!



Voaram cerca de 390 balões algures nos céus de Lisboa, no dia em que cada um daqueles que participou neste evento foi livre de se expressar; Fosse por meras palavras, grandes textos ou mesmo desenhos…Fosse o que fosse, foi livre. Nasceu para ser livre e assim foi até que o hélio se acabasse, ou que o balão rebentasse no ar…Mas foram livres enquanto duraram!
Nunca nos passou pela cabeça que houvesse tanta adesão por parte das pessoas. Aproveito estar a fazer este relatório para agradecer, mais uma vez, aos nossos colegas que nos ajudaram ao longo de toda a fase final do evento (eles sabem quem são). Sem a ajuda deles, teria sido muito mais difícil a realização deste projecto, e digo, com toda a certeza, que não teria corrido tão bem!
Finalizo este relatório afirmando que este evento foi bem sucedido porque movemos um conjunto de pessoas em volta de algo, que de alguma maneira, por bons ou maus motivos, os cativou.


Inês Antunes
Nº12
12ºE

terça-feira, 26 de maio de 2009

Relatório de Português: Uma aula sobre Jazz e música barroca pelo crítico de Jazz Leonel Santos, pai do Afonso


Relatório de Português

Iniciámos a aula do dia quinze de Maio de 2009 sem a habitual leitura do diário de Saramago seguida por um pequeno conto, foi uma aula especial em que tivemos o prazer de receber um crítico de Jazz, Leonel Santos (pai do Afonso, nº1) que veio com o objectivo de nos explicar um pouco sobre a relação entre o Jazz e a música barroca. E como era uma aula aberta também tivemos a presença da nossa professora e DT Rita Bastos e do presidente do conselho executivo da escola, professor José Paiva e ainda outra professora da escola e uma aluna de outra turma.

A aula começou com a apresentação do nosso crítico de Jazz feita pelo Afonso Botelho (seu filho). Ele começou por nos apresentar o tema que o nosso convidado nos iria transmitir, a música barroca e o jazz. De seguida descreveu-nos resumidamente a vida jazzistica de Leonel Santos. Nascido a 7 de Abril de 1955 é um dos críticos de jazz em Portugal, trabalha na área de informática e é licenciado em Antropologia.

Ouviu jazz pela primeira vez com 16 anos e desde então não parou de encher com jazz os ouvidos dos que o rodeavam . Em 1986 e 1987 alarga o seu auditório com um programa de rádio pirata denominado de “Jazzirico” na Rádio Imprevisto. Em 1988 participa em“Impróprio para Consumo”, programa de divulgação de músicas mais ou menos marginais com uma hora de jazz a seu cargo, na Rádio Saturno (Loures). Em 1991 escreveu no Diário de Notícias na área do jazz, foi colaborador da Revista da Música e da revista Áudio. Em 2002 funda aquilo que viria a ser a primeira revista do jazz em português, a Alljazz como director de redacção, em 2005 é colaborador da revista Jazz.pt e em 2007 da Jazzlogical

Apôs esta breve apresentação da vida de Leonel Santos pelo Afonso Botelho nº1, o nosso crítico agradeceu e retomou a palavra começando por nos contar as origens do Jazz. Contou-nos que o jazz nasceu por volta de 1900, princípios do século XX, na mesma época em que se deu fim à escravatura. Pensa-se que o Jazz teve início no Mississipi passando depois para Chicago e pela costa leste. Foi criado por netos de ex escravos, músicos de guerra. No fim da guerra estes músicos voltaram para as suas casas com os seus instrumentos usados durante a guerra e começaram a exprimir-se pela música. Passaram a ser requisitados para tocarem em festas, formavam bandas compostas só por instrumentos de metais e passaram de bandas militares para bandas de rua.

A cultura europeia escrevia as músicas, transmitia o seu sentimento por escrito e a cultura africana transmitia o seu sentimento na música pelo improviso. E foi com a mistura destas duas culturas que nasceu o jazz, uma música híbrida.

O Jazz é um tipo de música em constante evolução, nunca estará ultrapassado porque absorve todas as características e formas musicais diferentes. Está sempre em renovação buscando o rock, a música cigana e outros tantos estilos.

Leonel Santos falou-nos também na característica essencial do Jazz: a improvisação. E é essencial porque é o contributo “negro”, a base do jazz.

Para ficarmos mais esclarecidos falou-nos de um filme sobre jazz onde se vê como as plateias eram compostas só por “brancos” e o palco só por “pretos” para dar um exemplo de como eram as orquestras nos anos vinte. Como o jazz passou a ser uma música popular, no início era tocado em cabarés e lugares mal frequentados, mas depois passou a ser música para festas em família.

Na primeira metade do século XX as músicas das orquestras de jazz passaram a ser mais escritas do que improvisadas, mas um grande músico conseguiu cruzar os dois elementos.

O nosso crítico depois falou-nos do jazz no sul dos Estados Unidos durante a guerra mundial. Falou-nos da rápida divulgação do jazz, que passou a ter lugar nos bailes e na música popular do país, o jazz era tocado por todos e o orgulho do negro americano tinha-se dissolvido pois o jazz já não passava o sentimento pretendido. Revoltados com essa situação os negros criaram o bebop, um novo estilo de jazz. Era um jazz de clube que só os melhores conseguiam tocar, conseguindo o título de artistas e passando a ser reconhecidos por toda a sociedade.

O Jazz nunca parou de evoluir, como nos conta Leonel Santos passou por vários estilos como o “cool jazz”, “rock jazz” e também foi buscar influências a músicas indianas, barrocas e outras.

A seguir às explicações sobre o percurso do jazz Leonel Santos pôs-nos a ouvir Miles Davis «Time After Time» do CD You´re Under Arrest, Sony, 1985 e durante a música contou-nos que foi a primeira música de Jazz que ouviu ao vivo e que o fascinou completamente. Ouvimos depois
- Uri Caine «Turkish Rondo from Piano Sonata in A Major» do CD Uri
Caine Plays Mozart
Winter & Winter, 2006 que cruza o Jazz com música barroca e por fim ouvimos Mário Laginha «Fuga em lá maior» do CD Canções e Fugas, Universal, 2006. No meio da música tocou para a saída, mas como estávamos todos concentrados a ouvir Jazz ficámos até ao fim e só quando a música terminou demos por encerrada a nossa aula.

Minouche Martins nº15, 12ºA

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Sumários da semana de 25 de Maio

Leituras expressivas pelos alunos.
Apresentação do trabalho da última aula (conclusão): Perguntas e respostas sobre Memorial do Convento.
Revisão de alguns aspectos: linguagem e narrador.

Conversa com os alunos sobre os acontecimentos da última sexta-feira.
Apresentação da matriz do teste.
Revisão: Personagens, espaço e tempo.

A matriz do teste.
Revisões sobre a dimensão simbólica, crítica e o estilo. Narrador, espaço e tempo.
Audição de um solo de guitarra por um aluno.

Leituras do Dicionário da Origem das Palavras e dos Cadernos de Lanzarote.
Esclarecimentos de dúvidas sobre a matéria do teste.

Leitura expressiva pelos alunos.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Avaliação do 3º período, 2º teste

I Parte: (80)

Conteúdos: Excerto de Memorial do Convento, perguntas de interpretação e sobre categorias da narrativa ( Acção, narrador, espaço, tempo, personagens)
Objectivos: Compreender o texto, relacioná-lo com a obra, identificar diferentes aspectos das categorias da narrativa.

II Parte: (70)
Conteúdos: Texto de outro autor relacionado com a temática do excerto do I grupo
- Afirmações verdadeiras e falsas
- Enunciados com interpretação e análise estilística e da linguagem, em duas colunas, para fazer corresponder um lado ao outro.
Objectivos: Analisar, interpretar, compreender os processos de construção do texto, relacionar e distinguir o certo do errado.

III Parte: (50)

Conteúdos: Texto de reflexão à volta de um dos seguintes temas possíveis:
- A dimensão simbólica e mítica e a condição humana
- Relação: título e conteúdo
- O sagrado,o profano, o religioso, o mágico.
- O papel da História
- O povo e o convento
- A dimensão crítica do romance
Objectivos: Conhecer as temáticas inerentes a esta obra, criar um texto com reflexão própria e original, estruturá-lo de forma coerente, criativa e gramaticalmente correcta.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Música Barroca – texto de reflexão

Ao ouvir música barroca, fecho os olhos e tento perceber a mensagem que me transmite. Talvez luxo, bailes, festas…a corte, sim a corte! Poderá ser isso, mas de repente, uma outra música barroca já me transmite algo diferente.
Ah!...as vozes! O mistério, os graves, os agudos, já é o oposto da primeira (penso eu). Recordo-me das características que qualificam o estilo, em especial o “contraditório”.
A música continua a tocar. Tento decifrar o enigma que ela própria é. Por momentos o silêncio, o início de outra música. Agora uma sinfonia de Bach e um piano. Mestre! É a primeira palavra que me vem à cabeça, no instante ao ouvir as primeiras notas tocadas naquele magnífico instrumento.
Nesta, sinto uma personalidade, uma atitude irreverente que tenta exaltar-se a cada nota tocada. Em oposição, a melodia remonta, tal como a primeira, aos bailes luxuosos de uma noite na corte. No entanto, sinto na perfeição o enquadramento no desejo de alguém com ambição de sair de uma bolha isolante, mas sem coragem suficiente para o fazer. São dois solitários, a música fazendo companhia ao seu criador, que a faz crescer a cada tecla do piano, numa sala ampla, ornamentada, dramatizada.
Ela [a música] é uma criança em crescimento. Um dia sossegada e calma, noutro, espalha alegria e energia. Um dia questiona-se sobre as verdades universais, noutro aceita não ter conclusões. Pode sentir-se capaz de tudo e no momento seguinte só deseja fugir aos confrontos, enfim, muitas atitudes diferentes numa pessoa só.
Continuo de olhos fechados, a música a tocar…
Sinto-me, por momentos, num dos bailes, a dançar com alguém. Oiço a música e sigo o que me diz, faço-o. Movimentos, passos, uma atitude serena e harmoniosa. Volto a mim, dou comigo a cambalear a cabeça…continuo com os olhos fechados.
Acabaram-se as músicas. Terei chegado a alguma conclusão? Sim, talvez… não tenho a certeza. É um estilo de música um pouco antagónico pois encontramos diferenças de umas para outras.
É luxuosa e exuberante? Sim!
É solitária e reflexiva? Também!
É uma criança a correr alegre e um velho a reflectir sobre a vida!
É a antítese e o paradoxo!
É a razão e a liberdade!
É a vida e a morte!
É a alegria e a tristeza!
É a companhia e a solidão!
É …

Poderia continuar a tentar perceber a música barroca, mas abro os olhos e sinto-me bem. Durante aqueles momentos, enquanto viajava e vivia o desafio de encontrar significado e efeito da música em mim, vivi emoções, várias vidas, mas quanto a uma conclusão certa, não.
Talvez não precise de ser percebida mas sim simplesmente sentida.

Diana, 12A