quarta-feira, 20 de maio de 2009

Música Barroca – texto de reflexão

Ao ouvir música barroca, fecho os olhos e tento perceber a mensagem que me transmite. Talvez luxo, bailes, festas…a corte, sim a corte! Poderá ser isso, mas de repente, uma outra música barroca já me transmite algo diferente.
Ah!...as vozes! O mistério, os graves, os agudos, já é o oposto da primeira (penso eu). Recordo-me das características que qualificam o estilo, em especial o “contraditório”.
A música continua a tocar. Tento decifrar o enigma que ela própria é. Por momentos o silêncio, o início de outra música. Agora uma sinfonia de Bach e um piano. Mestre! É a primeira palavra que me vem à cabeça, no instante ao ouvir as primeiras notas tocadas naquele magnífico instrumento.
Nesta, sinto uma personalidade, uma atitude irreverente que tenta exaltar-se a cada nota tocada. Em oposição, a melodia remonta, tal como a primeira, aos bailes luxuosos de uma noite na corte. No entanto, sinto na perfeição o enquadramento no desejo de alguém com ambição de sair de uma bolha isolante, mas sem coragem suficiente para o fazer. São dois solitários, a música fazendo companhia ao seu criador, que a faz crescer a cada tecla do piano, numa sala ampla, ornamentada, dramatizada.
Ela [a música] é uma criança em crescimento. Um dia sossegada e calma, noutro, espalha alegria e energia. Um dia questiona-se sobre as verdades universais, noutro aceita não ter conclusões. Pode sentir-se capaz de tudo e no momento seguinte só deseja fugir aos confrontos, enfim, muitas atitudes diferentes numa pessoa só.
Continuo de olhos fechados, a música a tocar…
Sinto-me, por momentos, num dos bailes, a dançar com alguém. Oiço a música e sigo o que me diz, faço-o. Movimentos, passos, uma atitude serena e harmoniosa. Volto a mim, dou comigo a cambalear a cabeça…continuo com os olhos fechados.
Acabaram-se as músicas. Terei chegado a alguma conclusão? Sim, talvez… não tenho a certeza. É um estilo de música um pouco antagónico pois encontramos diferenças de umas para outras.
É luxuosa e exuberante? Sim!
É solitária e reflexiva? Também!
É uma criança a correr alegre e um velho a reflectir sobre a vida!
É a antítese e o paradoxo!
É a razão e a liberdade!
É a vida e a morte!
É a alegria e a tristeza!
É a companhia e a solidão!
É …

Poderia continuar a tentar perceber a música barroca, mas abro os olhos e sinto-me bem. Durante aqueles momentos, enquanto viajava e vivia o desafio de encontrar significado e efeito da música em mim, vivi emoções, várias vidas, mas quanto a uma conclusão certa, não.
Talvez não precise de ser percebida mas sim simplesmente sentida.

Diana, 12A

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