terça-feira, 26 de maio de 2009

Relatório de Português: Uma aula sobre Jazz e música barroca pelo crítico de Jazz Leonel Santos, pai do Afonso


Relatório de Português

Iniciámos a aula do dia quinze de Maio de 2009 sem a habitual leitura do diário de Saramago seguida por um pequeno conto, foi uma aula especial em que tivemos o prazer de receber um crítico de Jazz, Leonel Santos (pai do Afonso, nº1) que veio com o objectivo de nos explicar um pouco sobre a relação entre o Jazz e a música barroca. E como era uma aula aberta também tivemos a presença da nossa professora e DT Rita Bastos e do presidente do conselho executivo da escola, professor José Paiva e ainda outra professora da escola e uma aluna de outra turma.

A aula começou com a apresentação do nosso crítico de Jazz feita pelo Afonso Botelho (seu filho). Ele começou por nos apresentar o tema que o nosso convidado nos iria transmitir, a música barroca e o jazz. De seguida descreveu-nos resumidamente a vida jazzistica de Leonel Santos. Nascido a 7 de Abril de 1955 é um dos críticos de jazz em Portugal, trabalha na área de informática e é licenciado em Antropologia.

Ouviu jazz pela primeira vez com 16 anos e desde então não parou de encher com jazz os ouvidos dos que o rodeavam . Em 1986 e 1987 alarga o seu auditório com um programa de rádio pirata denominado de “Jazzirico” na Rádio Imprevisto. Em 1988 participa em“Impróprio para Consumo”, programa de divulgação de músicas mais ou menos marginais com uma hora de jazz a seu cargo, na Rádio Saturno (Loures). Em 1991 escreveu no Diário de Notícias na área do jazz, foi colaborador da Revista da Música e da revista Áudio. Em 2002 funda aquilo que viria a ser a primeira revista do jazz em português, a Alljazz como director de redacção, em 2005 é colaborador da revista Jazz.pt e em 2007 da Jazzlogical

Apôs esta breve apresentação da vida de Leonel Santos pelo Afonso Botelho nº1, o nosso crítico agradeceu e retomou a palavra começando por nos contar as origens do Jazz. Contou-nos que o jazz nasceu por volta de 1900, princípios do século XX, na mesma época em que se deu fim à escravatura. Pensa-se que o Jazz teve início no Mississipi passando depois para Chicago e pela costa leste. Foi criado por netos de ex escravos, músicos de guerra. No fim da guerra estes músicos voltaram para as suas casas com os seus instrumentos usados durante a guerra e começaram a exprimir-se pela música. Passaram a ser requisitados para tocarem em festas, formavam bandas compostas só por instrumentos de metais e passaram de bandas militares para bandas de rua.

A cultura europeia escrevia as músicas, transmitia o seu sentimento por escrito e a cultura africana transmitia o seu sentimento na música pelo improviso. E foi com a mistura destas duas culturas que nasceu o jazz, uma música híbrida.

O Jazz é um tipo de música em constante evolução, nunca estará ultrapassado porque absorve todas as características e formas musicais diferentes. Está sempre em renovação buscando o rock, a música cigana e outros tantos estilos.

Leonel Santos falou-nos também na característica essencial do Jazz: a improvisação. E é essencial porque é o contributo “negro”, a base do jazz.

Para ficarmos mais esclarecidos falou-nos de um filme sobre jazz onde se vê como as plateias eram compostas só por “brancos” e o palco só por “pretos” para dar um exemplo de como eram as orquestras nos anos vinte. Como o jazz passou a ser uma música popular, no início era tocado em cabarés e lugares mal frequentados, mas depois passou a ser música para festas em família.

Na primeira metade do século XX as músicas das orquestras de jazz passaram a ser mais escritas do que improvisadas, mas um grande músico conseguiu cruzar os dois elementos.

O nosso crítico depois falou-nos do jazz no sul dos Estados Unidos durante a guerra mundial. Falou-nos da rápida divulgação do jazz, que passou a ter lugar nos bailes e na música popular do país, o jazz era tocado por todos e o orgulho do negro americano tinha-se dissolvido pois o jazz já não passava o sentimento pretendido. Revoltados com essa situação os negros criaram o bebop, um novo estilo de jazz. Era um jazz de clube que só os melhores conseguiam tocar, conseguindo o título de artistas e passando a ser reconhecidos por toda a sociedade.

O Jazz nunca parou de evoluir, como nos conta Leonel Santos passou por vários estilos como o “cool jazz”, “rock jazz” e também foi buscar influências a músicas indianas, barrocas e outras.

A seguir às explicações sobre o percurso do jazz Leonel Santos pôs-nos a ouvir Miles Davis «Time After Time» do CD You´re Under Arrest, Sony, 1985 e durante a música contou-nos que foi a primeira música de Jazz que ouviu ao vivo e que o fascinou completamente. Ouvimos depois
- Uri Caine «Turkish Rondo from Piano Sonata in A Major» do CD Uri
Caine Plays Mozart
Winter & Winter, 2006 que cruza o Jazz com música barroca e por fim ouvimos Mário Laginha «Fuga em lá maior» do CD Canções e Fugas, Universal, 2006. No meio da música tocou para a saída, mas como estávamos todos concentrados a ouvir Jazz ficámos até ao fim e só quando a música terminou demos por encerrada a nossa aula.

Minouche Martins nº15, 12ºA

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