quarta-feira, 22 de outubro de 2008

DIÁRIO

Hoje é dia 16 de Outubro, quinta-feira, e entrei na sala, como costume, a horas. Alguns colegas chegaram um pouco atrasados, mas não muito. A aula começou com a leitura do relatório da aula passada feito pelo Filipe, achei um bom relatório, não me pareceu incompleto e era resumido, que é uma qualidade num relatório. Depois, como é hábito das aulas de português, a professora leu um conto, “não há nada de novo” do livro Histórias de 1 minuto de Istvam Orkény, gostei do ambiente surreal do conto, um tanto maluco, mesmo! A história era sobre uma pessoa que ressuscitava, rapidamente vários vivos a cercaram, houve uma breve “conversa” sobre o facto de não haver nada de novo nem nos mortos nem nos vivos. Achei engraçado que no fim a morta volta para a cova, e uma das vivas diz alguma coisa como: “adorei esta conversa”. Um pouco irónico, visto que não houve qualquer novidade. A professora, para meu espanto, tinha mais contos, leu-nos um texto verídico de um chefe índio para o presidente americano, com um texto muito simbólico em relação à terra, ao ar e à água. Gostei muito deste texto, localizei-o culturalmente e temporalmente neste povo que perdeu as suas terras de forma tão extrema, e que hoje vive em reservas. A professora avisou-nos que era o dia mundial da alimentação e leu-nos um conto de Laura Isquivel, que se caracteriza por mencionar comida, pensei que me ia trazer fome ouvir esse conto. O conto tinha 3 tempos:
Uma 1ª fase em que a autora era criança e aprendia na cozinha, ouvia o fogo, conversas, e não lhe deixavam pisar grão de milho, porque supostamente dentro deles estava o deus do milho.
Na 2ª fase a autora fica excessivamente racional, devido à educação escolar , nesta fase vê as mulheres que vivem na cozinha como ignorantes.
E finalmente uma 3ª fase em que já tem uma filha e volta a ensiná-la como foi educada na cozinha pelos seus antepassados e por razões morais e simbólicas. Adorei as transformações da autora, principalmente porque no fundo ela sempre gostou da sua educação inicial e apenas lhe deu valor no fim. Mal fechou o livro, a professora disse que todos os números ímpares tinham de fazer diário desta aula, fiquei revoltado com os números pares , mas pronto, ficam para a próxima..
Voltámos então ao estudo de Os Lusíadas.
Concluímos o estudo da dedicatória onde encontrámos inversões, arcaísmos e aliterações. E continuámos o discurso de Júpiter no consílio dos deuses, foi aí que descobrimos a figura de estilo – metonímia que é quando utilizamos o continente para dizer o conteúdo, o exemplo d'Os Lusíadas era “lenho leve” em vez de navio pequeno. Encontrámos muitas figuras de estilo conhecidas como a perífrase, anáforas e alguns arcaísmos. Terminámos a aula e fui almoçar, sim, porque já eram quase 14:00!

Miguel Martinho
12º H

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