segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Luís


“As armas e os barões assinalados”
Os Lusíadas, canto I, est. 1


Trata bem do teu nome, Luís, porque nele estão escondidas as histórias de todos os outros Luises que te compõem mesmo sem tu saberes, de Luises anteriores mas importantes e antigos, que foram à guerra e cruzaram oceanos para voltar atrás, Luises que se enamoraram cantando, Luises de ontem, de um passado a preto e branco sem saber o que os esperava do outro lado do oceano, cujas molduras velhas agora estão perduradas. Luises de hoje, generosos e optimistas, orgulho fraterno e vontade de abraços, e até de Luises que não foram nunca, que ficaram pelo caminho antes de ser.
Tem o teu nome, Luís, a importância dos que estão chamados a ser eternos, porque nele está guardado o eco dos heróis da nossa família, do povo lusitano, lendas que vão passando como tesouros à hora da sobremesa, relíquias de copo vazio e cinzeiro cheio. Ai povo lusitano, quantos de teu nome existiriam nas naus que no largo Oceano navegavam? Lembra-te que a nós não nos interessam contos inúteis, mas sim saber a razão das coisas, dos nomes que nos compõem, tão importantes como as ousadias que nos sustentam ao sermos considerados povo lusitano.
O teu nome, Luís, é exclusivo, único, mesmo que se vá repetindo de geração em geração, como uma estrofe d' Os Lusíadas, que todos devemos aprender para não morrer sem saber o que somos, de onde viemos, o que queremos que digam de nós. Luís, que inveja têm os outros do teu nome e dos amores que representam. Não deixes, Luís, não permitas que a vida te afaste do que és, da herança do teu nome, da raiz do que cada um de nós é feito, como o feito das marítimas aguas consagradas. Não tenhas medo filho, porque aprenderás a corrigir-te, a corrigir-nos, a corrigir os erros de todos os Luises, que como tu, vieram para ser recordados e recordar as memórias gloriosas, para pertencer, para ser amados sem tempo como “As armas e os barões assinalados”.

Márcia Dias, 12º E

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