sábado, 11 de outubro de 2008

Introdução a Os Lusíadas



Exercício:
Relacionar palavras ou excertos de um poema do livro O Céu dentro da Boca, de Paulo Condessa, com a matéria em estudo, nomeadamente com Os Lusíadas, de Camões, e com o Renascimento.

Trabalho de comparação entre um poema contemporâneo de O Céu dentro da Boca de Paulo Condessa e Os Lusíadas:
Alguns dos excertos do poema contemporâneo seleccionados pelos alunos, que de algum modo possam ter algo a ver com Os Lusíadas :

"Entre dois andares da alma"
"Vazio redondo no lugar do coração"
"Sinto o estômago a dividir-se em quatro"
"Pergunto-me o que faço aqui no meio da praça"
"Uma verdade escrita em todas as portas"
"Sentir o doce aroma da planície universal"
"Até ao coração interior do tempo dentro das veias"
"Um mito com pernas e focinho pontiagudo"
"Para mim não há dúvida possível, este é o planeta impossível"
"Não me posso dar ao luxo das ilusões"
"O que é certo é o incerto, pensei"
"A ti e a vós que iluminas os ares que me fecundam"
"São estes os registos do encontro dos olhos com a cara, do cabelo com a franja"
"Água que não molha, fogo que não queima"
- "O que é certo é incerto"
" (...) O que é que eu estou aqui a fazer? (...) "

" (...) tremo e cresço perante o trono do Universo (...) "

" (...) a minha missão é impronunciável (...) "

" (...) é a ti que me dirijo (...) "

" (...) o desencontro do encontro dos olhos (...) "

“nova nave”, “planície universal”, “água que não molha” e “os andares da minha alma”.
"Se for bem sucedido..."
"Oh se tenho ainda tanto para escalar..."
"Planeta Impossível"
"Dois andares da alma"
"Meio coração na mão e outra metade de coração na outra."
"Dois olhos bordados no peito"
"Durante o dia a única luz é a das "
"Tecidos orgânicos da galeria"
"deslaçar da realidade"
"absolutamente concreto"
"tamanho natural"
"universal"
"estruturas matemáticas"
"realidade sensível"



“Viagem na nave” que remete para os descobrimentos


E algumas conclusões:

A maior semelhança entre o excerto que lemos na aula e Os Lusíadas é que em ambos é retratada uma viagem pelo desconhecido, uma busca pelo novo e inexplorado.
Tanto num como no outro são visíveis um conjunto de emoções parecidas e até iguais: o medo, a ansiedade, a curiosidade, etc...



«Desconhecida» no que toca aos ‘novos mundos’ dos descobrimentos
«Parar entre dois andares da alma» - o humanismo e com o confronto de novas realidades, ideologias, que nos perturbam e nos deixam inquietos e indecisos.
«Pergunto-me o que faço aqui». Está relacionado com o desconhecido. Em relação a Os Lusíadas penso que se enquadra nas viagens descritas na obra, para terras longínquas, alcançadas após travessias perigosas. Penso que seria o que um marinheiro diria a si próprio durante as viagens.
«Não há nada que caiba no colo de qualquer língua conhecida» isto é, há coisas que transcendem línguas e culturas, não há obstáculos para a comunicação e ligação de povos (exemplo: portugueses e indígenas)
«O que é certo é o incerto». Era o que se vivia na altura. O Homem despertou para o mundo e para si próprio, para a dúvida e para o desconhecido. Muitas verdades absolutas da Idade Média perderam o seu valor, o que provocou uma enorme mudança a vários níveis. Vivia-se num clima em que não havia limites, nem certezas, o que levou à inovação e evolução.

Autores: vários alunos

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