sexta-feira, 17 de outubro de 2008

O ORGULHO PORTUGUÊS


Um tpc desafiante: escrever uma crónica acerca d'Os Lusíadas



O ORGULHO PORTUGUÊS


Os Lusíadas, 3ª estrofe, verso 21 –“Que eu canto o peito ilustre Lusitano”

Cessem do sábio Grego e do Troiano
As navegações grandes que fizeram;
Cale-se de Alexandro e de Trajano
A fama das vitórias que tiveram;
Que eu canto o peito ilustre Lusitano,
A quem Neptuno e Marte obedeceram.
Cesse tudo o que a Musa Antiga canta,
Que outro valor mais alto se alevanta





Acabado de acordar, nada me fazia prever que os acontecimentos daquele dia me iriam possibilitar o simples facto de escrever esta crónica.
Tal como em qualquer outro dia, automaticamente, ainda sem abrir os olhos e sem pensar no assunto, dirigi-me para o duche.
Com um movimento ainda lento de braço, abri mais do que sou capaz de imaginar milhares de anos de história, de mitos, de lendas, a verdade, a mentira, a bravura e a cobardia tudo condensado num repuxo de um liquido que mesmo àquela hora da manhã me parecia tudo menos simples água.
Depois da “chuveirada“ de humanidade, fui direito ao quarto e já bem acordado, caí em mim, pois em cima da minha cama não estavam as habituais jeans e uma t-shirt que normalmente uso, mas em vez disso estava um género de equipamento de combate; não era um dia normal.
Não tenho qualquer tipo de interesse em ser fanfarrão nem convencido, mas naquela altura fiquei ansioso por ganhar, desta vez era diferente, era mais que o normal, desta vez sentia que não o estava a fazer só por mim.
Sabia que estava atrasado, mas como por divina solução, ou não, estavam em cima da mesa da sala todos os mantimentos de que precisava para a minha demanda.
Depois de dois minutos de um sossego aparente, ouvi ao fundo um som que parecia um pato desafinado; embora me tenha soado estranho, eu sabia o que era, e com um tom lívido no rosto levantei-me, e comecei a correr em direcção à porta, mas não sem antes me dar conta de todo o aparente sossego da casa. Quando saí tive a primeira verdadeira sensação de que tinha deixado tudo para trás, o que a musa antiga canta.
Saí daquilo que normalmente as pessoas chamam casa, do meu lado direito tinha a força e do lado esquerdo o destino , olhei para o lado direito com a representação de uns gloriosos passados da gente lusitana, inspirei uma e duas vezes, e segui em direcção ao meu destino.
Esbocei um sorriso. No meu caminho estava aquilo que tinha feito o barulho parecido com o pato desafinado, qual Nau atracada em Belém: à porta de minha casa estava uma Volkswagen Pão de forma, azul-bebé, muito velhinha a que me pareceu extremamente familiar.
Ainda desconfiado, subi para a minha Nau e comecei a minha grande navegação, mas sempre deixando-me levar, a meu lado estavam duas pessoas que sempre foram uma inspiração para mim, na verdade foram o meu suporte e talvez sem eles nada disto fosse possível, no entanto sempre soube que tinha algo mais para dar, porque sei de onde venho e tenho objectivos definidos.
Este pensamento foi levado pelo solavanco do início da viagem, eram apenas cinco horas de viagem, mas para mim, na minha Nau pareceram três anos.
Embora a viagem fosse longa e com tempo para reflectir, era constantemente assombrada com a ideia do fracasso.
Chegado ao local de desembarque, deixei para trás e desta vez com certeza dos meus actos, o grego e o troiano
Saí da minha pão de forma e entrei num mundo que me enchia de um medo completamente irrisório e ao mesmo tempo fundamentado.
E se não conseguir?
Suportando esse peso no ombro esquerdo, avancei.
Depois de uma espera ainda mais angustiante que a da Nau, lá fui eu chamado.
Tudo culminava naquele momento, e depois de incontáveis vitórias apoiadas no meu braço direito e depois de perigos e guerras esforçadas, mas do que prometia a força humana, triunfámos sobre todos, e naquele momento em que até Neptuno e Marte nos obedeceram apercebi-me que não me sentia superior pela vitória, mas senti-me orgulhoso por pertencer a um povo que agradeço ser tão bravo e de fé. O maior orgulho que sinto é em ser Português … SABEM PORQUÊ?


“Que eu canto o peito ilustre LUSITANO"



Ricardo João Coelho Luís nº18 12ªA

Um comentário:

Anônimo disse...

ricardo é o maior, come tanto que o seu carro é um pão de forma.
abrç continua o bom trabalho