terça-feira, 21 de outubro de 2008

Mais do que prometia a força humana





“As armas e os barões assinalados
Que, da Ocidental praia Lusitana,
Por mares nunca de antes navegados
Passaram ainda além da Taprobana,
Em perigos e guerras esforçados,
Mais do que prometia a força humana,
E entre gente remota edificaram
Novo reino, que tanto sublimaram;”





Os Lusíadas é a maior narração feita da maior viagem alguma vez acabada. É a maior pormenorização daquele acto heróico que não tem menos valor por ter sido um grupo de heróis e não apenas um a consegui-lo. “Mais do que prometia a força humana”: é este o verso que nos explica como conseguiram, este verso faz-nos uma descrição dos nossos heróis. A coragem, a força e a devoção pela pátria e pelo Rei. Talvez seja isto que falta às pessoas que têm por “obrigação” ensinar Os Lusíadas a crianças, a miúdos que tudo o que querem na vida é estar com os amigos e fazer aquilo de mais gostam: surfar, sair, conviver, etc. Talvez mais devoção à obra e ao “rei” Camões, fosse o essencial para inspirar aos jovens o gosto e paixão pela leitura, mais especificamente em relação a esta obra. Não gosto da palavra obrigação, mas neste momento o estudo desta obra não passa disso. Detesto que interpretem a obra por mim, que me façam imaginar na minha cabeça o que eles querem que eu imagine, que me repreendam quando dou a minha opinião sobre alguma passagem e que a tomem de princípio como errada. É minha, e talvez seja melhor não a partilhar com ninguém. Tudo na vida tem sempre algo de positivo, muitas vezes perde essa positividade quando tornada indispensável e obrigatória… “Mais do que prometia a força humana”, será que estão a ser feitos todos os esforços por tornar esta grandiosa obra um marco positivo nas nossas vidas? Será que está a ser utilizada mais do que a força humana promete para isso? Penso que não…


Vasco Nunes, 12º A

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