terça-feira, 14 de outubro de 2008

Este interpreta mais que sutilmente



Verso escolhido:
“Este interpreta mais que sutilmente.”– Canto Oitavo, estrofe 99

A minha paixão é o cinema. Não me refiro ao local cheio de cadeiras apertadas umas contra as outras onde nos tratam como surdos e onde nos desconcentramos de minuto a minuto devido à conversa de alguém que não quer verdadeiramente estar naquela sala ou com o ruído crocante das pipocas entre os dentes. Refiro-me sim, à verdadeira definição de cinema que encontramos no dicionário: “arte de fazer filmes para projecção”. A melhor palavra que existe para descrever o cinema: ARTE! Todos os dias gosto de ver um filme, desde que tenha tempo para isso. De todos os que já vi, apenas me enchem de sensações esquisitas os filmes realizados por Tim Burton. A primeira obra que vi da sua autoria foi o Eduardo Mãos de Tesoura, e utilizo um “o” antes do Eduardo porque é como se ele existisse, não figuradamente com as suas mãos de tesoura, mas na nossa aspiração de ser, como pessoa... O actor que teve esse papel chama-se Johnny Depp, uma pessoa que aparenta ser excêntrica devido à sua maneira de vestir, mas “Este interpreta mais que sutilmente” os melhores papéis que já vi.... Sem exageros, sem nos encher de esperanças ao primeiro minuto, ele consegue ser a personagem e deixar-nos curiosos e atentos no decorrer do filme. E o Tim Burton, o grande Tim Burton... “Este interpreta mais que sutilmente” qualquer ideia que lhe passe pela cabeça, qualquer som, para uma imagem ou música que todos possamos ver e ouvir. A quantidade de vezes que eu penso em coisas maravilhosas que poderiam acontecer... mas fazer os outros entender realmente o que estou a “ver”... essa é a tarefa mais difícil que existe, mas não para Tim Burton que consegue transpor os seus pensamentos para o ecrã de maneira a que todos visionem o mesmo que ele visionou no seu pensamento. E dando o devido mérito a Johnny Depp, que consegue comportar-se como Tim Burton imagina... fazendo de todos nós o próprio Tim Burton enquanto vemos o filme. Quem me dera que algum dia alguém dissesse: a Vera? Esta interpreta mais que sutilmente... e o resto deixo para o que quiserem. Não me imagino cineasta nem actriz, mas imagino-me qualquer coisa. E espero que algum dia possa vir a fazer os outros verem e sentirem essa qualquer coisa que eu fizer. Qualquer coisa que mais tarde deixará de ser qualquer mas passará a ser A Coisa.

Vera, 12ºA

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